Na decisão de ontem, a Justiça de Jersey citou um encontro entre Paulo Maluf e seus advogados suíços em Monte Carlo para resolver questões relativas a uma conta mantida por empresas ligadas a ele no Deutsche Bank.
Maluf sempre afirmou não ter contas no exterior.
Segundo a sentença, o Deutsche Bank, a partir de 1997, passou a pressionar Maluf em busca de esclarecimentos sobre os grandes volumes de dinheiro que circulavam na conta, a razão dos recebimentos e a estrutura acionária das empresas.
Em 2000, o deputado fez uma reunião com seus advogados de Genebra para definir as respostas que seriam dadas ao banco, relata a decisão de Jersey.
Ao longo da sentença são citados vários depoimentos de testemunhas de processos em andamento contra Maluf e seu filho Flávio no Brasil.
Alves diz que todas as transações relativas à conta eram feitas sob instruções de Flávio Maluf, e cita alguns dos pagamentos que fez.
Entre eles estão US$ 2 milhões para uma conta no Delta Bank de Miami, que Alves afirmou pertencer a Flávio, US$ 56.385 à casa de leilões Sotheby's, em novembro de 1998, e US$ 500 mil para Maria Aparecida Torres, então sogra do filho de Maluf.
O doleiro, que disse nunca ter tido encontros com Paulo Maluf, afirmou no depoimento ter lembranças de diversos pagamentos a pessoas que, segundo instruções de Flávio, participaram da campanha de Maluf para as eleições ao governo de São Paulo em 1998. Ele não cita nomes.
Outra testemunha, Simeão Damasceno de Oliveira, apontou que a construtora Mendes Júnior também pagou propina de cerca de R$2,5 milhões para se livrar de débitos com a prefeitura que chegavam a R$ 40 milhões.
Um capítulo inteiro da sentença é dedicado a planilha obtida pelo Ministério Público de São Paulo com uma relação dos valores enviadas ao exterior. Ela foi fornecida por Simeão, que é ex-funcionário da Mendes Júnior.
Por folhaonline.com
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