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sábado, 10 de dezembro de 2011

Anarquistas graças a Deus

          Essa semana, nós nordestinos, nos vimos às voltas com ataques xenofóbicos em uma rede social por uma criatura que me recuso a reproduzir o nome, até porque duvido muito que seja o da pessoa responsável pelas postagens. Eu poderia ficar a tarde toda escrevendo sobre o Nordeste, coisas de toda sorte. Sim, porque nós temos muitas belezas, mas não só isso. Há quem passe fome, quem roube, quem mate... Esse não é o retrato do nordeste, é o retrato do Brasil. Em todas as regiões temos deferenças soscias, não é exclusividade nossa! E sendo bem mais pragmático, essa é uma realidade deste mundo capitalista.
          O que posso dizer sobre tal criatura? Que estude? Isso ela certamente o faz. Então, sendo bem direto como sempre fui, digo-lhe que é uma infeliz. Os luxos, o dinheiro, a vida de princesa, a tornaram uma bruxa, uma pessoa indesejada e esse é um sentimento triste. Como escreveu o universitário pernambucano Jhonny Lucas e como é de conhecimento de todos, o Brasil nasceu no Nordeste e formou-se à base da miscigenação dos muitos povos que aqui estiveram desde a construção social e cultural deste país. E, mesmo que seja ela uma imigrante, poucas são as chances de ter em suas veias um sangue "puro".
          É preciso que se tire esse estígma de que nós nordestinos somos os ignorantes, e se somos anarquistas é por atitudes de pessoas como esta que nós faz ir ao extremo em defesa de nossa cultura, de nosso povo e de nossa sobrevivência. Aprendemos desde cedo o valor do trabalho, sem carros de luxo, sem escolas de ponta mas que cumprem com seu papel de formadora, sem neve mas com o sol mais lindo desse país, com as praias mais exuberantes. A mandioca, citada pela  infeliz como laboro de nós piauienses, é de extrema supremacia e nunca, sob nenhuma hipótese deveria ter sido usada por essa patricinha revoltada, de maneira tão perjorativa. Chamar-nos cearenses cabeça de bosta me fez rir, sim porque se com bosta na cabeça conseguimos dar ao Brasil José de Alencar, Chico Anísio, Renato Aragão, Luiza Thomé, Tom Cavalcante, Raimundo Fagner, imagina o que produziríamos se fosse outro o componente de nossas massas cefálicas. Não, não nos culpe por sua vida infeliz, se não mora num país de primeiro mundo, nós não somos os culpados, se não tem sangue real, não somos nós os responsáveis.
          Somos um povo guerreiro, que apesar de tudo, achamos força para sermos felizes. Se passamos fome, sentimos sede, ralamos mandioca, andamos de jumento é porque aprendemos desde cedo os valores de dignidade. Liberdade de expressão não consiste em se expressar em detrimento o outro, é acima de tudo respeitar a condição do outro. A democracia não diz que essa criatura tem o direito de ofender a nós principalmente piauenses, cearenses e baianos, como fez de forma nazista. Se a nossa existência a incomoda, use da democracia e liberdade que mencionou em suas postagens e ponha-se daqui pra fora, de preferência do país. Não precisamos de seu desprezo, hoje é o que menos nos incomoda, precisamos de Justiça e esta espero, será feita puninda-a pela condenação a nosso povo. Já os governos corruptos, também citados nas postagens e nos responsabilizando por colocá-los no poder, não são exclusividades nossas. Procure um estado brasileiro que não tenha corrúpto. Faça-me o favor, hoje até o seu silêncio nos entedia.
          Concluo dizendo que tá na hora do Brasil, como um todo, uma vez que este não foi um caso isolado, passar a respeitar a nós nordestinos, pois se incomodamos tanto é porque nossa capacidade intelectual, maior arma de um povo, tá se mostrando eficaz. Confiamos na Justiça brasileira para colocar esta criatura em seu devido lugar, e na piedade divina para esta pobre rica criatura. Nordestinos sim, sujos não. Povo forte, guerreiro, lutador e anarquistas, graças a Deus!!
Arlindo Policarpo
Professor Licenciado em Letras/português pela Universidade Estadual do Piauí.
(divulguem)

         

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